A soja é uma das culturas mais importantes para o mercado agropecuário do mundo e para uma boa produção é importante atender as exigências nutricionais da planta, é nesse cenário que entendemos a importância do uso de fertilizantes para uma produção com maior eficiência.
A escolha assertiva do fertilizante faz diferença em toda a produção para melhores resultados em rentabilidade e produtividade.
O fertilizante ideal é capaz de promover a melhoria da qualidade do solo, saúde as plantas, maior produtividade, plantas mais resistentes a mudanças climáticas e doenças.
1. Análise do solo: o primeiro passo
Para escolher o fertilizante ideal, é necessário entender as exigências nutricionais da planta e quanto o solo é capaz de fornecer de nutrientes para a soja.
O primeiro passo para saber o potencial do solo é realizar uma análise de solo, dessa forma pode ser identificado quais os nutrientes estão em deficiência e quais em excesso, permitindo uma recomendação de correção precisa.
Fatores como pH, matéria orgânica, capacidade de retenção de água do solo e a quantidade de nutrientes como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) são essenciais para determinar o tipo de adição a ser aplicada.
2. Nitrogênio (N): papel no desenvolvimento vegetativo
O nitrogênio é um nutriente essencial para a soja, devido a alta deposição de proteína no grão da soja, a sua exigência desse nutriente é extremamente alta.
Devido a relação simbiótica entre a soja e as bactérias do gênero Rhizobium, que são capazes de fixar o nitrogênio atmosférico no solo e disponibilizar para a planta, grande parte dessa exigência pode ser suprida.
Mesmo com essa relação, ainda é necessária a adubação com esse nutriente para suprir as necessidades restantes, principalmente na fase inicial do plantio.
3. Fósforo (P): vital para a formação de raízes
O fósforo é um dos nutrientes mais importantes para o desenvolvimento inicial da soja, já que ele atua diretamente na formação de raízes, na produção de energia (ATP, ADP e NADP), na divisão celular, reprodução, metabolismo, armazenamento e transferência de energia para a planta.
Solos deficientes em fósforo podem resultar em plantas com baixo desenvolvimento e menor produtividade.
Para corrigir essa deficiência, a adubação fosfatada deve ser aplicada de forma eficiente.
4. Potássio (K): essencial para resistência e qualidade
O potássio é o segundo nutriente mais requerido para a produção de soja, ele atua em diversos processos como:
- Síntese proteica;
- Fotossíntese;
- Transporte de nutrientes;
- Crescimento celular;
- Regulação do potencial hídrico;
- Melhoria da qualidade de flores e frutos;
- Amenização de estresses.
Solos pobres em potássio podem resultar em plantas mais vulneráveis e com menor rendimento.
5. Micronutrientes: pequenos detalhes, grande impacto
Além dos macronutrientes (Nitrogênio – N, Fósforo – P e Potássio – K), a soja também necessita de micronutrientes como Zinco – Zn, Cobre – Cu, Molibdênio – Mo e Manganês – Mn.
A deficiência de micronutrientes pode comprometer o desenvolvimento da planta em diversas fases do ciclo, é importante que uma adubação seja realizada para corrigir as deficiências dos micronutrientes para potencializar a produção e saúde das lavouras.
6. Fertilizantes Orgânicos X Inorgânicos
A escolha entre fertilizantes orgânicos e inorgânicos depende de vários fatores, incluindo o manejo da propriedade e a filosofia de cultivo.
Fertilizantes orgânicos, são caracterizados por possuírem o carbono em sua composição, sua fonte geralmente são restos vegetais e animais, como esterco e compostagem.
A maior característica do fertilizante orgânico é a sua liberação de nutrientes de forma mais lenta, promovendo melhorias a longo prazo na qualidade do solo.
Os fertilizantes inorgânicos são originados da extração mineral ou refino do petróleo. São capazes de oferecer uma liberação imediata de nutrientes, sendo úteis para correções rápidas de deficiência.
7. Escolha do fertilizante
Embora a utilização de fertilizantes represente um investimento, é importante garantir que o custo do fertilizante escolhido seja justificado pela produtividade esperada.
Fertilizantes de liberação lenta, por exemplo, podem ter um preço mais elevado, mas possui a vantagem de uma nutrição contínua da planta, reduzindo a necessidade de futuras aplicações.
Contar com o auxílio de um agrônomo é essencial para tomar decisões mais precisas. O profissional poderá interpretar corretamente os resultados da análise de solo e recomendar a dosagem exata dos nutrientes necessários, evitando desperdícios e otimizando a produtividade.
Escolher o fertilizante adequado para a cultura da soja exige atenção às necessidades específicas do solo e da planta.
Com a análise de solo e o uso correto dos nutrientes, o agricultor pode maximizar sua produção, garantir a qualidade do produto e obter os melhores resultados na lavoura.