O manejo sanitário de ovinos é um conjunto de práticas fundamentais para garantir a saúde, bem-estar e a produtividade do rebanho.
Entre as várias ações que devem ser realizadas, algumas se destacam, como:
- O corte de caudas;
- A remoção de lã em áreas específicas;
- Controle parasitário.
1. Corte de caudas ovinos
A prática do corte de caudas tem o objetivo de evitar o acúmulo de sujeira e fezes na região, o que poderia atrair moscas e causar miíases (infecções por larvas). Para as fêmeas esse procedimento também vai facilitar o manejo reprodutivo.
A recomendação é que o corte seja realizado nos cordeiros (machos e fêmeas jovens) aos 2 meses de idade, quando o corte é menos traumático e a cicatrização mais rápida.
O corte é realizado por um profissional habilitado, com as ferramentas adequadas e esterilizadas, de forma rápida e causando o mínimo de desconforto ao animal.
Outra alternativa é com uso de anéis de borracha que é inserido a 5 cm da base da cauda e promove o seu corte por necrose de 7 a 10 dias após a colocação do anel. Importante também que respeite a distância da base para evitar prolapso (deslocamento ou descida do reto e / ou vagina) no animal, devido ao desconforto que é gerado nos primeiros dias.
Também é recomendado que realize o monitoramento dos animais durante sua recuperação, evitando complicações pós-operatórias.
2. Remoção de lã em áreas específicas
A remoção de lã é realizada em pontos estratégicos, que são:
- Ao redor dos olhos;
- Orelhas;
- Região perianal.
Essas regiões são propícias ao acúmulo de sujeira, umidade e parasitas, o que pode gerar feridas e infecções parasitárias, comprometendo a saúde, bem-estar e produtividade dos animais.
Esse procedimento deve ser realizado com cuidado e regularidade. A manutenção dessas áreas limpas e livres de lã excessivas contribui significativamente para a prevenção de infecções e doenças.
3. Controle parasitário
O controle parasitário ajuda a reduzir a infestação por:
- Ectoparasitas, que são os parasitas externos ao animal, como carrapatos e piolhos;
- Endoparasitas, que são os parasitas internos ao animal, como as verminoses.
Os parasitas podem causar grande desconforto e prejuízos ao rebanho, seu controle pode ser feito de duas formas:
- Controle ambiental: Onde é realizado o manejo de pastagens, respeitando a taxa de lotação da pastagem e rotação, e confinamento dos animais, a fim de reduzir a carga parasitária no ambiente.
- Controle com antiparasitário: Onde ocorre a aplicação e uso de produtos para controle de endo e ectoparasitas.
O controle parasitário medicamentoso, hoje em dia, sofre com a grande resistência dos parasitas, devido ao uso indiscriminado desses antiparasitários em anos anteriores.
Para controle endoparasitário é indicada a realização de testes a cada 15 dias no período das águas e a cada 30 dias na seca, com exceção de áreas com alta precipitação pluviométrica anual (acima de 1000 ml / ano) onde é indicado o teste a cada 7 até 10 dias de intervalo.
A partir do teste, a aplicação do medicamento pode ser realizada apenas nos animais que necessitam, reduzindo o uso indiscriminado dos antiparasitários.
Os produtores podem realizar as duas estratégias juntas, confinando em épocas mais endêmicas e aplicando o antiparasitário antes da entrada no confinamento.
O manejo regular antiparasitário não só protege os ovinos de infestações, mas também melhora a qualidade da lã, leite, carne e contribui para o bem-estar geral do rebanho.
O manejo sanitário adequado dos ovinos é uma prática indispensável para manter a saúde e a produtividade do rebanho.
Com essas práticas, é possível prevenir doenças, melhorar a qualidade dos produtos e garantir que o rebanho esteja sempre saudável e produtivo.