No território brasileiro 20% de sua área é ocupada por pastagens, porém mais de 50% dessa área se encontra em condições de degradação, tornando essas áreas pouco produtivas e de preocupação ambiental, por possuir reduzida capacidade de fixação de carbono.
Pensando nas exigências do mercado em sustentabilidade e em produtividade, técnicas de manejo podem ser utilizadas para aumento da produção e, consequentemente, colaborar com o meio ambiente para o aumento da fixação de carbono.
O manejo adequado de pastagens é fundamental para aumentar a produtividade do pasto e garantir a sustentabilidade na produção pecuária, são exemplos de técnicas de manejo de pastagem:
1. Rotação de pastagens
A rotação de pastagens consiste no uso da pastagem respeitando a altura de entrada e saída do capim, dessa forma, quando o capim atinge a altura de saída os animais são direcionados a outra área, permitindo a rebrota e crescimento do capim.
A rotação de pastagens é uma das técnicas mais eficazes para otimizar o uso da terra.
Benefícios:
- Aumento da produtividade dos animais, pois o período de utilização da pastagem é quando o capim consegue fornecer sua máxima qualidade de nutrientes e de produção em massa;
- Melhor controle de pragas e doenças, pois o ciclo de vida dos parasitas é interrompido;
- Redução da compactação do solo, já que os animais não pisoteiam a mesma área constantemente;
- Melhor qualidade nutricional da pastagem, oferecendo aos animais uma dieta mais equilibrada;
- Maior controle de plantas daninhas, pois como a pastagem não é degradada, dificulta o desenvolvimento de plantas invasoras.
2. Adubação da pastagem
Suplementar as plantas com nutrientes específicos, pode potencializar a produtividade e melhorar a qualidade do solo.
A correção nutricional pode ser feita com a aplicação de fertilizantes, especialmente em solos pobres em nutrientes, e a adubação, que pode ser feita com adubos orgânicos, como esterco, ou produtos químicos, como o nitrogênio.
Benefícios:
- Melhora o crescimento das plantas e aumenta a capacidade de suporte do pasto;
- Aumenta a produção de forragem de alta qualidade, essencial para a produção animal;
- Fornece características que melhoram a resistência das forragens a situações estressantes, como seca e geadas, a doenças e pragas.
3. Controle de plantas daninhas
As plantas daninhas competem com as forrageiras por luz, água e nutrientes, o que pode reduzir significativamente a produtividade da pastagem.
O controle pode ser feito manualmente, mecanicamente ou quimicamente.
Benefícios:
- Aumenta a disponibilidade de forragem para os animais, eliminando a competição das plantas invasoras;
- Melhora a qualidade da pastagem, oferecendo uma alimentação mais nutritiva;
- Prolonga a vida útil da pastagem, pois reduz o estresse causado pela competição.
4. Irrigação de pastagens
A água é um elemento fundamental para o desenvolvimento das pastagens, em períodos prologando de seca pode ser utilizada a estratégia de irrigação das pastagens para prolongar o uso daquela pastagem.
A irrigação pode ser uma técnica crucial em regiões onde há escassez de água ou durante períodos de seca.
Essa prática garante que o pasto receba a quantidade de água necessária para crescer de forma saudável.
Benefícios:
- Aumento da produção de forragem durante o ano todo, evitando a queda de produtividade;
- Melhora a uniformidade do crescimento da pastagem, garantindo uma oferta contínua de alimento;
- Reduz o estresse hídrico das plantas, permitindo que elas absorvam melhor os nutrientes do solo.
5. Consorciação de pastagens
Em áreas com seca prolongada ou alagadiças, por exemplo, pode ser utilizado o consórcio de plantas que são resistentes a essas situações, que geralmente possuem baixo teor nutricional, com plantas com melhor teor nutricional.
Outro tipo de consórcio é o plantio de diferentes espécies forrageiras na mesma área, como gramíneas e leguminosas. Essa combinação melhora a biodiversidade do solo e o valor nutritivo da pastagem.
Benefícios:
- Aumento da oferta de nutrientes para os animais;
- Melhora a fixação do nitrogênio no solo, já que as leguminosas possuem essa capacidade, evitando a necessidade de fertilização;
- Maior resiliência da pastagem em condições climáticas adversas, pois diferentes espécies têm necessidades diferentes.
6. Correção do solo
A correção do solo parte de uma análise prévia desse solo, onde observa-se as suas características e teores de nutrientes do solo. Dessa forma é possível suplementar o solo nutricionalmente e corrigir as características físicas e químicas do solo para um melhor desempenho produtivo.
Um exemplo é a correção da acidez do solo que pode limitar o crescimento das forrageiras. A técnica de correção do solo, feita com a aplicação de calcário ou gesso, é essencial para ajustar o pH e garantir o bom desenvolvimento da forragem.
Benefícios:
- Melhora a absorção de nutrientes pelas plantas, aumentando a produtividade do pasto;
- Promove o crescimento radicular, quando corrigida as características do solo;
- Aumenta a capacidade de suporte da pastagem, permitindo o pastoreio de mais animais por hectare.
Adotar técnicas de manejo de pastagem é uma estratégia inteligente para melhorar a produtividade, aumentar o lucro e garantir a sustentabilidade da produção.
Cada técnica oferece benefícios específicos que, quando combinados, podem transformar a pastagem em uma fonte contínua de alimento de alta qualidade para o gado, resultando em um sistema mais eficiente e rentável.